Arquivo de mercado

Assim não há carteira que resista!

Posted in Economia, Sociedade with tags , , , on Dezembro 5, 2008 by cfsc

É por estas e por outras que eu cada vez mais me desiludo com Portugal. Hoje enquanto lia O Público, vejo uma notícia que dá conta que o petróleo desceu até uns impressionantes 40 dólares, tendo em conta que há dois meses estava a uns modestos 120 dólares, este preço é no mínimo baixo. Todo contente da minha vida fui ver o preço da gasolina e do gasóleo. Qual não é o meu espanto quando vejo 1.23 € e 1.10 € respectivamente. Se bem me lembro, a última vez que o petróleo esteve a 40 dólares, pela altura da Invasão do Iraque, a gasolina estava a pouco mais de 90 cêntimos e o gasóleo a 60.

Agora, pergunto-me porque raio as gasolineiras (detesto esta palavra) não baixam os preços dos produtos petrolíferos. Será por causa do IVA ou do imposto petrolífero? Acho que não, pelo menos nas facturas nunca vi o IVA a 210 %. Será porque as refinarias foram aniquiladas e a refinação faz-se numa panela lá em casa o Zé da esquina?? Bom, fui ver ao Google Earth e a Refinaria de Sines continua no sítio e por sinal a produzir o seu pestilento fumo. Após um longa e demorada reflexão, cheguei à conclusão que as Gasolineiras não descem os preços porque simplesmente não lhes apetece. Não é ao acaso que a Galp tem os maiores lucros de sempre.

É isto que me desilude neste país, apesar de estar tudo em crise e não existir dinheiro sequer para financiar as universidades, continuam haver indivíduos e instituições a burlar o cidadão. Como há de ser possível ter crescimento económico, desenvolvimento intelectual com esta mentalidade,estas acções.

Confesso que uma parte de mim queria que estes valores para os produtos petrolíferos se mantivessem, não para fazer enriquecer 5 ou 6 administradores e accionistas, mas para o nosso povo aprender a poupar, usar os transportes públicos, experimentar combustíveis ecológicos. Um pouco de cultura e espírito ambiental só faz bem, além de que o ambiente agradece. Depois dou com a cabeça no teclado e percebo que isto é um sonho, uma utopia. Português que é português escarra para o chão, deita lixo no chão, visita a floresta apenas para o fazer num local exótico.