A nossa contribuição para o aquecimento global é um dado praticamente consolidado, ainda assim alguns países mostram relutância em o aceitar e agridem o Ambiente em nome do desenvolvimento económico.
Hoje o Público dava conta de um relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM). Nele a OMM afirma que o manto de gelo árctico em 2008 é o mais pequeno e fino desde que existem registos, portando desde 1979. Para piorar as coisas, o relatório afirma ainda que esta diminuição não é facto isolado acentuando apenas uma tendência de diminuição, que se denotou ao longo dos últimos 30 anos.
Para um leigo mais ou menos gelo no Árctico não faz diferença nenhuma, porém, a verdade é bem mais perturbadora. Apesar que o degelo do oceânico não ser relevante na subida do nível médio das águas do mar, sem esse gelo fica a descoberto o oceano escuro. Sendo o oceano escuro não reflecte a luz solar, ou seja absorve-a, o que obviamente o aquece. Estudos recentes revelam que os oceanos retêm grande parte do CO2 emitido abrandando o aquecimento global, porém, esta capacidade de armazenamento é finita e como a indústria/transportes não mostra disposição em diminuir a sua frenética emissão de CO2, mais CO2 vai para atmosfera. Lembram-se daquela luz solar que aquecia o oceano? O oceano com o aumento da temperatura perde capacidades como solvente de gases, por um lado é liberta oxigénio para a atmosfera, que “afoga” os peixinhos”, por outro liberta mais CO2 para atmosfera. Mais CO2 > Mais raios solares retidos > Oceano mais quente. Como podem ver a fusão de gelo oceânico tem consequências pouco amistosas, mas não e tudo. Estudos ainda mais recentes indicam que o leito oceánico, bem como a tundra, possui vastas reservas de metano. Um oceano/atmosfera mais quente permite que esse vil metano seja libertado. Segundo consta, o metano tem um poder de retenção de raios solares 4 vezes maiores do que o CO2, coisa que não é agravável para a degradada Atmosfera. Tanto calor junto com certeza derreterá o glaciares primeiro da Gronelândia, posteriormente da Antárctida. Estima-se que se o degelo total calotes polares eleve o nível médio das águas do mar em 120 metros. Mas Lisboa ou Nova Iorque estão ao nível do mar… ups, parece que os peixinhos vou reclamar os seus direitos. Já sei os governos vai construir diques (!) com 125 metros…
Não queria ser alarmista, mas VAMOS VIVER TODOS PARA AS MONTANHAS ou viver em submarinos. Não percebo qual é o plano de alguns governos (e.u.a , china, Rússia, etc), se calhar têm informações que me são alheias, mas acho que está na altura de tomarem uma decisão definitiva quanto às suas políticas ambientais. Gostava de acreditar na vontade de mudar as coisas de Obama, mas receio que ele vá ser mais um pau mandado nas mãos das corporações que verdadeiramente dominam o E.U.A e o Mundo. Está na altura de apostar em combustíveis alternativos abundantes e não poluentes, rever e rentabilizar as políticas energéticas, abrandar o consumo desenfreado de recursos, proteger a biodiversidade.
É certo que o planeta está a mudar, dificilmente será o mesmo, cabe-nos, por isso, tomar uma atitude consciente sobre o problema, pressionar os governos, exercer a mudança dentro das nossas casas para que as consequências não sejam ainda piores.
Bacuradas 